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Artigo por: Pedro Russo, IAU/UNESCO e ESO
Durante muito tempo os astrónomos (e cientistas em geral) acreditaram que a importância do seu trabalho era evidente para a sociedade. Mas em difíceis dias de crise [sic], até os mais óbvios benefícios estão sob minuciosa análise.
O desenvolvimento científico e tecnológico está intimamente ligado ao índice de desenvolvimento humano de um país ou região. É fácil de perceber que se a pobreza e a fome são uma prioridade, qualquer actividade secundária que não tente resolver directamente estas questões não é fácil de justificar e apoiar. No entanto, diversos estudos nos dizem que investimentos em ciência e tecnologia em situações de crise têm vindo a ajudar países a enfrentar e ultrapassar as mesmas, mostrando que o investimento em ciências básicas tem, não só um grande retorno cultural e humano, mas também um retorno económico. Hoje em dia, a astronomia e áreas afins estão na vanguarda da ciência e tecnologia, respondem a questões elementares sobre a nossa existência, inspiram artistas, escritores e sonhadores, geram riqueza e impulsionam a inovação e a economia.
Diversos relatórios1 apontam que as maiores contribuições da astronomia para a sociedade não são apenas aplicações tecnológicas ou os pequenos avanços científicos da astronomia, mas sim a oportunidade que todos nós temos de alargar os nossos limitados horizontes, de nos ajudar a descobrir a beleza e grandeza do Universo e do nosso lugar nele.
A Astronomia tem acompanhado a nossa história e cultura e tem constantemente revolucionado o nosso pensamento, presenteado a Humanidade com pistas em direcção ao futuro. No passado, a astronomia foi usada por diversas razões práticas, como medir o tempo, marcar as estações do ano ou navegar nos vastos oceanos.
Os resultados do desenvolvimento científico e tecnológico da astronomia e áreas afins têm vindo recorrentemente a transformar-se em aplicações essenciais para o nosso dia-a-dia, como computadores pessoais, satélites de comunicação, telemóveis, Sistema de Posicionamento Global (popularmente conhecido por GPS), painéis solares, scanners de ressonância magnética, micro laser e muitas outras aplicações para a medicina.
A atribuição do Prémio Nobel da Física de 2009 aos físicos Willard S. Boyle e George E. Smith, pelo desenvolvimento de sensores para captação de imagens, conhecidos por CCD, veio mais uma vez demonstrar e reconhecer a importância real da astronomia no nosso dia-a-dia. Os banais sensores CCD, que agora fazem parte do domínio popular, como câmaras fotográficas digitais, webcams ou telemóveis, foram desenvolvidos a pensar na astronomia, onde é recorrentemente necessário recolher imagens do Universo
Há outras razões para continuar a estudar o Universo que estão intricadas à sobrevivência da Humanidade. Por exemplo, a influência do Sol no clima da Terra. Apenas o estudo do Sol e de outras estrelas nos pode ajudar a perceber estes processos na totalidade. O estudo da dinâmica do Sistema Solar e de pequenos objectos no mesmo também nos permite estudar com detalhe potenciais impactos no nosso planeta, impactos que podem provocar grandes alterações na nossa no nosso mundo.
O astrónomo americano, Carl Sagan apresentou-nos uma das mais simples e inspiradoras contribuições para a sociedade no seu livro sobre a sua visão para o futuro da humanidade, O Ponto Azul-Claro2:
“Tem sido dito que a astronomia é uma experiência que ajuda a fortalecer o carácter e a humildade. Não existirá possivelmente nenhuma melhor demonstração da loucura dos preconceitos humanos que esta imagem de longe do nosso mundo minúsculo. Para mim, ela realça a nossa responsabilidade para lidarmos mais gentilmente uns com os outros e para preservarmos e estimarmos o ponto azul-claro, o único lar que sempre conhecemos.”
Referências
1 ASTRONET Infrastructure Roadmap, ISBN: 978-3-923524-63-1, PDF disponível aqui: http://www.astronet-eu.org/IMG/pdf/Astronet_Infrastructure_Roadmap.pdf e Astronomy and Astrophysics in the New Millennium, Board on Physics and Astronomy. PDF disponível aqui: http://www.nap.edu/openbook.php?isbn=0309070317
2 O Ponto Azul-Claro está disponível em português na Editora Gradiva (http://www.gradiva.pt/livro.asp?L=100072)
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Ulisses Martins disse:
Grande iniciativa.
27/Out/2009, 21:06Será muito interessante ter estes videos todos juntos num só, num pequeno filme de divulgação, juntando todas estas matérias.
Maria João Coelho disse:
Espectaculaes estes pequenos filmes e de gane interesse para todos e em especial para alunos e professores.
Para quando o possível acesso, em suporte informático, a estes “excertos” de conhecimento?
27/Out/2009, 19:03Lina Canas disse:
Antes de mais gostaríamos de agradecer o seu comentário.
Relativamente à opção de extrair e guardar os vídeos, em cada uma das páginas poderá encontrar uma barra que diz Download. Nessa barra encontram-se os diferentes formatos de extracção dos vídeos (Quicktime (.mp4) de alta e baixa resolução ou em Flash (.flv)). Para guardar basta carregar com o botão do rato do lado direito sobre o icon do formato que desejar e escolher a opção “Guardar” (consoante o browser poderá surgir “Guardar Link como”, “Save Target as”, “Guardar ligação como”…).
Relativamente ao leitor de Flash poderá efectuar o download do leitor em:
http://get.adobe.com/br/flashplayer/
27/Out/2009, 0:13aryane disse:
gostei muitooooooooooooooooooooo1
27/Out/2009, 20:50